quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Terça-feira, 7 de Agosto de 2012 - Roma -> Nápoles

5º dia das férias no asfalto 2012... toca a pegar no carro e fazer mais uns kilómetros... desta vez, saímos de Roma, a cidade eterna (dizem que se chama assim porque leva uma eternidade a conhecer verdadeiramente!), em direção à costa oeste... objetivo: o famoso 'dolce far niente'! A origem desta antiga frase italiana é pouco conhecida mas o seu significado é universalmente reconhecido: pura preguiça, a arte de não fazer nada...


Mas, para atingirmos esse idilico estado, talvez deitados numa praia, teríamos que fazer alguns kilómetros e sair da grande metropole. Assim fizemos, após um delicioso pequeno-almoço no Yellow Bar, um bar muito retro gerido e 'habitado' por jovens estudantes, hippies, e outras espécies. O Wifi de alta qualidade garantia a presença de muitos techies pendurados nos seus mac-air ou ipads enquanto bebiam um sumo de laranja e comiam uma deliciosas 'french-toasts' com mel e banana. Nós deliciamo-nos com estas e outras iguarias (yogurtes, muesli, fruta, sumos, etc...) o Zé não deixou os seus crédito em mãos alheias e comeu uma tosta especial com ovo, bacon, ketchup, etc... Na próxima visita a Roma voltaremos concerteza ao Yellow Bar para uma bebida à noite ou para um maravilhoso pequeno almoço...


Num instante chegamos à costa, local escolhido: Terracina, uma estância de verão muito popular entre os Romanos. Longas praias de areia grossa, água bem quente e salgada e a habitual divisão entre praias concessionadas (com cama, guarda-sol, chuveiro, nadador-salvador, etc...) e praias não-concessionadas com familias inteiras (incluindo o cão) a partilhar guarda-sol, geladeira, etc... É claro que optamos pela praia não concessionada, não só pelo custo, mas principalmente para partilhar o ambiente de alegria genuina e contagiante da criançada, pais e avôs...


Umas horas de praia, debaixo de um calor intenso (próximo dos 40º) alternando banhos refrescantes com a secagem no 'espeto' e logo a fome começou a apertar (principalmente o estômago do ZP). Decidimos procurar uma praia mais calma e um bar/restaurante de praia para almoçar. Uns kilómetros para sul e encontramos o que queríamos... um bar muito agradável e a promessa (talvez instinto) de um almoço diferente...


A questão é que tivemos oportunidade de comer a melhor Mozarella de Buffala de sempre! Num bar de praia?! É verdade, porque estamos na Campania, uma das regiões mais dinâmicas do ponto de vista agricola (nomeadamente no que respeita ao tomate, limões, laranjas e... Buffalos). É dificil explicar o que sentimos ao comer esta Mozarella, mas a frescura, a textura e o sabor eram únicos! Lembro que não estavamos num restaurante gourmet mas sim num bar de praia!! Um bom azeite, bons tomates, basilico e estamos no céu...


É claro que logo meti conversa com o dono/gerente que me explicou que compra todos os dias as bolas de mozarella no produtor que fica a apenas 2 km de destância. Como quem procura sempre alcança, rapidamente encontramos o produtor - Casearia CasaBianca, pelos vistos já considerado o produtor da melhor mozarella de buffala do mundo! Provamos vários tipos de queijos, incluindo uma bola de mozarella acabada de fazer (sabia tanto a leite que era como beber um copo de leite fresco). Pena não podermos trazer connosco para Portugal estas iguarias, ainda por cima ao modesto preço de 10€/kg...



Mais uma vez nos fizemos è estrada, desta vez o destino foi marcado pela Joana... queria encontrar o Spartacus... decidimos começar a procurar em Cápua (antiga cidade etrusca onde ocorreu a famosa revolta dos gladiadores/escravos liderada por Spartacus em 73 a.c.). Procuramos, mas não encontramos... nem na casa do lanista Batiatus nem no coliseu (já reduzido a escombros)... a Joana ficou triste mas não ficamos seduzidos 'pelas delícias de Cápua' (desta vez, procurem vocês o significado da frase)...


Partimos para Nápoles, a segunda maior cidade de Itália (se considerarmos os arredores), com os seus 2.500 anos de história é chamada por alguns 'a rainha ferída de Itália'. Para nós foi um choque! Ao entrar na cidade pelo lado do porto ficamos assustados com o transito caótico, a má educação dos condutores, as buzinadelas, as ruas esburacadas, o lixo que se acumula mesmo ao nosso lado quando paramos num semáforo... enfim uma grande confusão! Tivemos sorte com o hotel, encontramos um hotel muito novo, de 4 estrelas, muito limpo e com colaboradores muito simpáticos por um preço fantástico (obrigado booking.com), mesmo na Umberto Emanuel I, uma das avenidas mais importantes de Nápoles.


Resolvemos dar uma segunda chance à cidade e, após um banho refrescante, partimos a pé em direção à cidade vechhia... subimos por ruas esreitas e escuras (faziam lembrar a nossa ribeira) cheias de varandas com roupa, barulhos e vozes. O lixo é uma realidade triste e permanente, estou convencido que não há serviços de limpeza camarários há anos. O cheiro a urina e a fezes (dos animais?) é horrível... mas continuamos a avançar até chegar à zona mais turistica (Via dei Tribunal) onde encontramos muita oferta de pizzerias e bares (Piazza Bellini).


Cansados e já suados rendemo-nos a umas refrescantes Peroni e um assagio de fromaggio com pão.... huummm.... é impossível andar por Itália e não ceder a estas constantes tentações!!! Vero Paulo? Depois das entradas, avançamos para uma das esplanadas de uma pizzeria onde provamos a verdadeira pizza napolitana (massa fina mas não crocante, bastante tomate e mozzarella e pouco mais, num caso uns funghi noutro caso algum prosciutto cotto e olives... Ainda deu para pedir ao pizzaiolo para tirar umas fotos...


Mais uma volta pela cidade, com passagem por ruas 100% escuras... ainda pensamos que só as ruas secundárias estavam pouco iluminadas, mas ao regressar à Avenida Umberto Emanuel I ficamos aterrorizados quando vimos a avenida semi-escura, em obras (devido ao metro), com prostituição por todo o lado... enfim, fiquei com a sensação que este tipo de cidades europeias (p.e. marselha, génova, nápoles, etc...) estão submersas numa profunda crise... crise financeira (que deixa as autarquias sem meios para garantir a limpeza, segurança, etc...), crise social (com um muito elevado desemprego entre as comunidades de origem africana/arabe) e a consequente crise económica e de valores que, gradualmente, se estende ao resto da comunidade... nessa noite deitei-me a imaginar como será Nápoles daqui a 10 ou 20 anos??

Mas o cansaço venceu, blog feito e toca a dormir... amanhã vamos ver um dos maiores e mais perigoso vulcões da europa continental!!!

Beijinhos e abraços cheios de saudades... especialmente para o meu anjinho JP!

4 comentários:

  1. Boa ! :)) ... meio descanso também é preciso ! :))
    Desafios é comigo : se calhar a Joana não encontrou o Spartacus por uma "Delícia de Cápua" ! eheh
    Quem quiser que descubra porque digo isto ! ahahah

    Beijinhos a todos !
    (vejam se vão ao interior do vulcano ! Lembrem-se que a cada passo entra em erupção) "Investiguem" as povoações submersas pela lava ! :))
    .

    ResponderEliminar
  2. Deixemos o vulcão para amanhã.
    Há 13 anos, quando lá (Nápoles e arredores) fui pela primeira vez, aluguei um carro e fui sozinho pela cidade "dentro"... estava em Itália há apenas.... 2 semanas (de Milão...) podem imaginar o que senti.
    A situação do lixo é nova, tem 4 anos, antes era “limpa” para o standard norte de Africa… , o problema não tem a ver com falta de meios e sim com poder político sobre o controlo do serviço municipal. Há ainda no meio da questão, ou será o cerne da questão, a camorra.
    A cidade é de facto muito perigosa e ao mesmo tempo fascinante.
    Lembro-me ter sido assaltado num dos quartieri Spagnoli, andava eu por lá sozinho, à noite, de casaco de couro e computador… (Cá Buuurrro). Vá-se lá saber como, lembrei-me de dizer que era português e amigo do VIDIGAL que na altura jogava no Nápoles. Acabaram a pagar-me um café (curtíssimo e servido já com 4 colheres de açúcar, a colher ficava de pé), aos abraços e ainda me trouxeram ao carro, sem antes me dizerem que há locais em Nápoles onde um desconhecido só poderia entrar com o Maradona… para poder sair inteiro, aquele era um deles… !
    Visitei ainda catacumbas e a parte subterrânea das “várias cidades de Nápoles” que foram sendo soterradas ao longo dos tempos pelas erupções do grande gigante, o Vesúvio.
    Eu não gosto da Pizza, é muito húmida e cheia de queijo. Há vários locais onde se diz ser o berço da Pizza lolololol….. malucos os Italianos. Sabe-se bem que a pizza nasceu aquando da visita rainha Margarida de Espanha (rainha de Nápoles). Ela gostava de focaccia e queriam impressioná-la com algo novo. Juntaram à focaccia de orégãos, tomate e queijo mozzarella. Ecco, nasceu a pizza Margherita !!!
    :)

    ResponderEliminar
  3. meus lindos.... apesar do vosso cansaço tenho a certeza que é uma viagem que jamais esquecerão! Nápoles não conheço... mas pelo que vi... não é para ficar com muita pena... heheh.... a parte dos cheiros dispenso! Adorei ver-vos nas fotos... embora apareçam pouco... :)
    Saudades vossas mas muito satisfeita por se estarem a divertir. Aproveitem pois acaba depressa!
    Beijo do tamanho do mundo de quem está a precisar de férias... mas está tudo bem por aqui! :)

    ResponderEliminar
  4. Por isso é que eu gosto mais do Facebook pois dá para carregar mais fotos...LOL. Mas as poucas que aqui estão, estão fantásticas...depois quero ver todas...LOL.

    Vosso amigo Serginho pois continuo sem foto.

    ResponderEliminar